O Paciente Inglês (1996)
"I promise, I'll come back for you. I promise, I'll never leave you."
Count Lázló de Almási para Katherine Cliffton
É uma vergonha, eu sei! Eu, uma apaixonada por cinema desde há muito tempo, nunca ter visto este filme. Se me batessem, eu acharia justo!
Ponho-me a pensar porque nunca o vi e, entre indisponibilidades várias na altura em que foi lançado em Portugal, ocorre-me a principal razão porque nunca mais tive curiosidade para o ver. Eu sou uma romântica. Ou melhor, não sou mas gosto de filmes com romance e drama e no fundo, por muito que eu diga que gosto de um final original, sem o usual happly ever after, a coisa perde um pouco o interesse quando isso acontece. Muito mais, quando já sabemos desde o início do filme como tudo vai terminar.
O Paciente Inglês (The english patient, no original de 1996) é lindo! Eu não gosto muito de usar este adjectivo. Mas aqui tenho de o fazer, sem receios nem hesitações. Recebeu nove óscares da academia em 1997, incluindo o de melhor filme, melhor realizador (Anthony Minguella) e melhor actriz secundária (Juliette Binoche). Mas isso nada quer dizer, apenas vem provar que a crítica e outras pessoas também apreciaram o filme.
Para quem não conhece, O Paciente Inglês conta uma história inesquecível passada durante a segunda guerra mundial. Logo no início do filme, assistimos ao abater de um pequeno avião, sobre o deserto do Sahara, que leva uma mulher e um homem. O homem é visivelmente atingido pelas chamas ao mesmo tempo que aparentemente tenta salvar a mulher. Depois vêmo-lo muito queimado na parte superior do corpo a ser cuidado por homens muçulmanos e, logo depois, já com as feridas cicatrizadas mas muito desfigurado, a ser cuidado por soldados britânicos, especialmente por Hana (Juliette Binoche), uma enfermeira muito dinâmica e muito humana. Esse homem é o Conde László de Almásy (interpretado por Ralph Fiennes) e ao vê-lo ser constantemente martirizado com mudanças desnecessárias e algo deprimida por ter perdido algumas pessoas importantes para si nos conflitos, Hana decide ficar numa velha igreja abandonada que encontram. Aí dedica-se a cuidar do seu paciente e simultaneamente ele vai contando a sua história e ficámos então a conhecer a sua identidade, a identidade da mulher no avião, o que os levava a sobrevoar o deserto naquela altura e o seu passado.
E por aí adiante. Só vendo mesmo. Uma verdadeira história de paixão, de intriga, aventura mas também uma história triste e dramática. A contracapa do dvd que tenho comigo diz que é "um filme de grande fulgor romântico,... um poderoso triunfo cinematográfico que vai recordar como um dos melhores filmes de sempre". E eu acredito que sim e revejo-me totalmente nessa opinião.
O filme é baseado na obra de Michael Ondaatje (1992) com o mesmo nome. Um livro que lerei, com toda a certeza.
E não posso deixar de comentar que gostei muito da escolha dos actores principais. O Ralph Fiennes é um dos meus actores favoritos desde que o vi no Wuthering Heights de 1992 (o mais perfeito Heathcliff que já vi!) acompanhado também da actriz Juliette Binoche que interpretou Cathy Hearnshaw/Linton. Voltaram a encontrar-se aqui, no Paciente Inglês, não como par romântico, mas absolutamente incríveis nos seus papéis. (E a falar nisso: porque não deram um óscar ao Ralph Fiennes pela interpretação do Conde László de Almásy?) No entanto, o filme conta ainda com as interpretações de Kristin Scott-Thomas, Willem Dafoe, Naveen Andrews e Colin Firth, este último acabadinho de sair das filmagens de Pride and Prejudice da BBC em 1995.