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booksmoviesanddreams

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Livros que morrerão comigo:

"Norte e Sul" de Elizabeth Gaskell
"O monte dos Vendavais" de Emily Bronte
"Jane Eyre" de Charlotte Bronte
"Villette" de Charlotte Bronte
"A inquilina de Wildfell Hall" de Anne Bronte
"Orgulho e Preconceito" de Jane Austen
"Persuasão" de Jane Austen
"A mulher do viajante no tempo" de Audrey Niffenegger
"Em nome da memória" de Ann Brashares
"Charlotte Gray" de Sebastian Faulks
"A casa do destino" de Susana Prieto e Lea Vélez
"De mãos dadas com a perfeição" de Sofia Bragança Buchholz
"Rebecca" de Daphne Du Maurier
"O cavaleiro de Bronze" de Paulina Simons
"Enquanto estiveres aí" de Marc Levy
"O segredo de Sophia" de Susanna Kearsley

Desabafo na madrugada

Sandra F., 09.08.11

"How does that happen?"

 

Não sei porquê mas são estas as palavras que me vêm continuamente à mente. São palavras de um personagem por mim muito querido.

É mais uma daquelas noites absurdas de insónia em que só consigo pensar na injustiça daquela situação. Culpa minha, sei-o bem. Culpa minha e só minha por me ter deixado envolver por uma situação destinada ao fracasso, desde o início. Não havia rumo possível, sei-o. O único rumo foi mesmo o desfecho que teve. Dificilmente poderia ter existido outro.

Meu Bom Deus! Como é possível algo assim? Acho que nunca nada me soou tão injusto em toda a minha vida e Tu sabes, melhor que ninguém, que a minha vida nunca foi fácil. Mas sempre aceitei tudo; chorei muito, passei por situações que poucos conhecem e mesmo assim, no final, aceitei tudo como parte da vida, como um desafio que ultrapassei, com sequelas em vários níveis, mas um desafio ultrapassado.

 

Não isto!

 

Isto era a minha recompensa. A única recompensa que sempre quis, com que sempre sonhei! Foi injusto da Tua parte (desculpa...) teres-me negado isto quando finalmente o encontrei e senti que afinal existe.

Choro pelo desabafo. Não pela situação terminada e resolvida cá dentro. Há coisas que simplesmente não têm de acontecer ou sequer fazer sentido. Mas Tu deste-me a provar e quase logo de seguida retiraste-mo. Foi como roubar um doce a uma criança! Um doce nunca provado mas que sempre esperei existir.

Conheces-me melhor que ninguém. Sabes entender coisas minhas que nem eu entendo. Porquê retirar-me uma coisa assim? Que injustiça! Sabes que eu merecia.

Desisto de esperar. Tal não voltará a acontecer. Não deixarei. O meu eu não deixará. Dificilmente acontecerá novamente. Esperei trinta e três anos da minha vida para me sentir assim. E, no final, foi apenas uma desilusão, daquelas difíceis de suportar e de ultrapassar. Mas já lá vai. Isto é a falta de sono a falar, a idiotice própria de quem espera o sono, de quem escuta o mundo adormecido lá fora e se sente como a única pessoa acordada.

 

 

Devo agradecer-te.

Obrigada.

 

Apesar do final, mostraste-me que tal existe; que é possível agir, sentir e ser assim. Provaste-me que existe fora da minha mente e da minha imaginação. Mas não é para mim, pois não? Tudo bem. Aceito. Mas apenas porque me deste fé neste mundo e nas pessoas que nele habitam. E há males piores que esse. E eu só te posso agradecer por tudo aquilo que tenho, que é Muito.E agradecer-te muito especialmente pela minha tranquilidade interior e pela minha paz de espírito. Lembro-me de Te ter pedido isso veementemente; Lembro-me de Te ter pedido aquilo com veemência também. Tu escolheste o mais benéfico e completo para mim. E agradeço-te, Meu Bom Pai e Amigo. E agradeço a esse bom anjo que zela por mim, junto de ti, sentado num banco de jardim, risonho e amigo, guiando-me e confortando-me. Obrigada aos dois.

 

Obrigada a Ti, Meu Bom Deus!

Obrigada, meu anjo!