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booksmoviesanddreams

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Livros que morrerão comigo:

"Norte e Sul" de Elizabeth Gaskell
"O monte dos Vendavais" de Emily Bronte
"Jane Eyre" de Charlotte Bronte
"Villette" de Charlotte Bronte
"A inquilina de Wildfell Hall" de Anne Bronte
"Orgulho e Preconceito" de Jane Austen
"Persuasão" de Jane Austen
"A mulher do viajante no tempo" de Audrey Niffenegger
"Em nome da memória" de Ann Brashares
"Charlotte Gray" de Sebastian Faulks
"A casa do destino" de Susana Prieto e Lea Vélez
"De mãos dadas com a perfeição" de Sofia Bragança Buchholz
"Rebecca" de Daphne Du Maurier
"O cavaleiro de Bronze" de Paulina Simons
"Enquanto estiveres aí" de Marc Levy
"O segredo de Sophia" de Susanna Kearsley

The Tudors

Sandra F., 22.07.11

Pronto, lá acabei finalmente de ver a série "The Tudors" e acabou exactamente como eu sabia que ia acabar: Comigo lavada em lágrimas...

 

Só eu para me emocionar com a história de vida de um homem que mandou decapitar duas das suas esposas, que se divorciou de outras duas, que mandou matar de formas atrozes muitos dos seus melhores amigos e homens de confiança (às vezes por coisas menores ou mesmo sendo inocentes daquilo que eram acusados) e que era tão egocêntrico que se julgou acima de Deus, instaurando uma nova igreja e uma nova forma de religião (anglicana), perseguindo e assassinando todos aqueles que se recusaram a obedecer-lhe nessa fé.

 

Aparte isso...

 

A série conta a história real de Henrique VIII (1491-1547), famoso pelas suas seis esposas. Culto e apaixonado por teologia, o rei da Inglaterra rompeu com a Igreja Católica, quando o papa se recusou a decretar o seu divórcio com Catarina de Aragão. Mas não vou entrar em pormenores históricos.

 

A série conta então a vida deste rei, das suas vitórias e derrotas, dos seus vários casamentos e relações com as esposas, dos seus familiares, das suas amizades, da sua corte e dos membros do seu Conselho.. É uma série que vale a pena ver, para quem gosta do género e especialmente para quem gosta de História. Há algumas situações que foram alteradas, outras que não aconteceram na realidade, mas o essencial está todo lá. E no final, conclui-se que é uma história muito agradável de seguir e muito bem conseguida.

 

São quatro temporadas, no total. Gostei mais da última, provavelmente porque está mais presente. Mas também porque acho que é aquela que tem mais intensidade, mais envolvência; tudo caminha para o desfecho que conhecemos. Contudo, considero as quatro séries uma verdadeira trama histórica, na qual, em alguns casos, o rei é a vítima e em outros é quem está no comando da situação. Além disso, as conspirações presentes nas tramas paralelas são muito intrigantes e interessantes. A série é realmente magnífica no aspecto histórico e vale a pena  assistir especialmente se se busca um conhecimento maior sobre esta época da história britânica.

 

Destaco...

 

A banda sonora. Magnifíca. De uma intensidade emocionante, especialmente nas cenas mais dramáticas.

 

A abertura dos episódios, quando aparecem os créditos. Diferente de temporada para temporada, acompanhada sempre pela mesma música inebriante e mostrando sempre as figuras com maior destaque em cada temporada. Os actores aparecem aqui olhando directamente para a câmara e deixando antever um pouco da sua personalidade só através da postura e olhar.

 

A interpretação de Jonathan Rhys Meyers. Por favor, dêem um prémio ao homem! Conhecido pela sua aparência andrógena e por ser modelo, tem já um vasto currículo no cinema e televisão. Nunca gostei muito dele, confesso, apesar de ter apreciado "Match Point", filme em que apareceu ao lado da Scarlett Johansson. No entanto, o seu trabalho n"Os Tudors" é realmente do melhor que já vi; desde o início, interpretando o jovem princípe até à morte de Henrique VIII. Uma evolução notável, com um desenvolvimento da personagem muito bom. Só não gostei de uma coisa: no final, interpretando já o 'velho' rei, a voz dele é esquisita. Parece que está a tentar imitar a voz do 'Padrinho' (Marlon Brando), mostrando-nos um som cavernal e contido. De resto, impecável mesmo!

Ah! Na realidade, ele ganhou mesmo alguns prémios por esta interpretação, bem como a série em si. Penso que este actor sempre será reconhecido como "Henry, the eight".

 

Tem ainda magníficas interpretações de Sam Neill (Thomas Wolsey, Lorde Arcebispo de York), Maria Doyle Kennedy (Catarina de Aragão), Natalie Dormer (Ana Bolena), Henry Cavill (Charles Brandon, Duque de Suffolk, ...o nosso próximo Superman...), Jeremy Northam (Thomas Moore), Gabrielle Anwar (Margarida Tudor), Sarah Bolger (Maria Tudor), James Frain (Thomas Cromwell, Conde de Essex), Hans Matheson (Thomas Cranmer, Arcebispo da Cantuária), Peter O'Toole (Papa João Paulo III), Annabelle Wallis (Jane Seymour), Max Brown ( Edward Seymour), Joss Stone (Anna de Cleves), Joely Richardson (Catherine Parr) e tantos outros.

 

Atenção, mentes mais sensíveis: a série tem algumas cenas de sexo quase explicíto, cenas de extrema violência (decapitações, desmembramento e outras torturas atrozes). Mas mesmo assim, vale a pena ver. Não me perguntem se simpatizo agora com Henrique VIII. O homem ordenou fazer coisas que não lembra ao diabo mas esta é a história dele e, como tal, temos oportunidade de apreciar todas as suas faces: de pai e marido carinhoso, extremoso e generoso, de amigo fiel, dedicado ao seu povo e altruísta. No entanto, estámos sempre com um pé atrás pois, por mais que este homem goste de uma pessoa, não hesita em mandar matá-la ao menor sinal de infidelidade, decepção ou deslealdade. Muitas das vezes, parece um homem bom e no minuto seguinte, o mais cruel dos soberanos.

 

"You think you know a story, but you only know how it ends.

  To get to the heart of the story, you'll have to go back to the beggining..."

  - abertura da primeira temporada na voz de Jonathan Rhys Meyers -