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booksmoviesanddreams

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Livros que morrerão comigo:

"Norte e Sul" de Elizabeth Gaskell
"O monte dos Vendavais" de Emily Bronte
"Jane Eyre" de Charlotte Bronte
"Villette" de Charlotte Bronte
"A inquilina de Wildfell Hall" de Anne Bronte
"Orgulho e Preconceito" de Jane Austen
"Persuasão" de Jane Austen
"A mulher do viajante no tempo" de Audrey Niffenegger
"Em nome da memória" de Ann Brashares
"Charlotte Gray" de Sebastian Faulks
"A casa do destino" de Susana Prieto e Lea Vélez
"De mãos dadas com a perfeição" de Sofia Bragança Buchholz
"Rebecca" de Daphne Du Maurier
"O cavaleiro de Bronze" de Paulina Simons
"Enquanto estiveres aí" de Marc Levy
"O segredo de Sophia" de Susanna Kearsley

Aprendizagens

Sandra F., 20.09.11

“ Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém. 
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto.
Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim; tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.
Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.
Que posso usar o meu charme por apenas 15 minutos; depois disso, preciso saber do que estou falando.
Eu aprendi...Que posso fazer algo num minuto e ter que responder por isso o resto da vida.
Que por mais que se corte uma pão em fatias, esse pão continua a ter duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.
Aprendi... Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência.
Mas, aprendi também que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.
Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles.
Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem.
Aprendi que perdoar exige muita prática.
Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.
Aprendi... Que nos momentos mais difíceis, a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.
Aprendi que posso ficar furioso, tenho o direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.
Que jamais posso dizer a uma criança que os seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.
Eu aprendi que o meu melhor amigo vai me magoar de vez em quando, e que eu tenho que me acostumar com isso.
Que não é o bastante ser perdoado pelos outros; eu preciso me perdoar primeiro.
Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofra, o mundo não vai parar por causa disso.

Eu aprendi... Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto;

Aprendi que numa briga preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não me quero envolver.
Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.
Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se magoar e eu também. Isso faz parte da vida.
Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.
Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.  

Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido quando usadas sem critério.
E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.
Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.
Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.”

 

William Shakespeare

Doutor Zhivago (2002)

Sandra F., 19.09.11

Lembro-me de ter uma cópia velhinha deste livro do Boris Pasternak (1957) que alguém me deu. Nunca tive coragem para o ler  porque o achava demasiado maçudo. Todavia, gostava das poesias escritas pelo Zhivago e que constavam da história e isto apesar de nunca ter sido muito ligada a poemas de género algum. São fases. 

 

 

Vi, há muito tempo atrás o longuíssimo filme protagonizado por Julie Christie e pelo Omar Shariff e apesar de ter achado muito bonito fiquei com a mesma ideia que tinha do livro: uma história muito complexa e pesada para a menininha que eu era. Há uns tempos, contudo, descobri esta versão de 2002 com a Keira Knightley, o Hans Matheson e o Sam Neill. Está desenvolvida como uma série daí que talvez tenha havido mais tempo para a exploração da história do livro e das suas personagens. Gosto muito, adorei as interpretações e fiquei com vontade de finalmente ler o livro que, infelizmente, já não tenho.

     

Um dos romances mais famosos da literatura mundial que atravessa cerca de meio século da história da Rússia e nos conta o percurso de um homem dividido entre duas mulheres no meio do caos e brutalidade da revolução russa na primeira guerra mundial. Tem um final tristíssimo que nos leva a pensar que nem sempre os grandes amores vencem, mesmo que sejam correspondidos de parte a parte. E aquele menino, na parte final do filme, a ser instigado pela mãe a fugir para que não seja com ela apanhado pela polícia, é simplesmente de cortar o coração.

  

Spooks (10ª temporada) - FINALMENTE!

Sandra F., 18.09.11

Finalmente!!!! Aos meses que andava a vigiar a saída disto e finalmente estreia hoje na BBC One às 21h. Mais do que nunca, que pena tenho eu de não estar por terras britânicas.

 

Parece que o Lucas North morreu mesmo. Ohhhh.... Esta última série será mais baseada em Harry Pierce e no seu passado e deverá ter algumas recordações de acontecimentos passados que incluirão Tom Quinn, Adam Carter, Fiona Carter, Ros Meyers, Lucas North e outros mebros importantes da série. Vai valer a pena com toda a certeza. Segue resumo do primeiro episódio. Fico agora atenta ao possível dowload já que a indústria televisiva portuguesa nunca se interessou por esta fantástica série que agora exibe a sua 10ª e última temporada. 
"Fantasmas do passado voltam para assombrar o Chefe do MI5 Harry Pearce, mostrando uma revelação chocante sobre o seu tempo como espião durante a guerra fria. Harry sobrevive a este contratempo e rapidamente volta à Grid, onde encontra a sua nova equipa: Erin Watts é a nova chefe de seção e trouxe consigo Calum Reed, um brilhante oficial de campo e um gênio técnico. Entretanto, William Towers, Ministro do interior, fica impressionado com um relatório sobre Ruth que Harry preparou para o tribunal e onde sugere que ela deve ser promovida.
Segredos enterrados são desenterrados quando Max Witt, um ex-espião e colega de Harry em Berlim durante a guerra fria, é encontrado assassinado por um desconhecido. Enquanto isso, Ilya Gavrik, embaixador estrangeiro da Rússia e chefe da KGB durante boa parte da década de 1980, volta para Londres para negociar uma parceria estratégica e inovadora entre a Rússia e o Reino Unido. Naturalmente, Harry fica desconfiado.
Towers insiste com Harry para que coloque uma vida inteira de animosidade atrás dele e faça amizade com o velho inimigo, uma solicitação tornada ainda mais urgente quando o assassino de Max Witt parece ser direccionado para Gavrik. Estenão se encontra sozinho no Reino Unido; Trouxe a sua esposa Elena e é apoiado pelo seu filho Sasha, um oficial de FSB baseado em Londres, que é encarregado da segurança da sua família enquanto estão no Reino Unido. Elena foi membro activo secreto de Harry em Berlim durante a guerra fria. Naquela época, Harry pediu-lhe para espiar o seu próprio marido. Mas quando Elena revela que ele lhe pediu para espiar por ele novamente, Harry percebe que alguém finge ser ele. Agora, ele precisa descobrir quem é essa pessoa".
    

Nostalgia III: Ghost - O espírito do amor (1990)

Sandra F., 16.09.11

Tenho de me deixar disto. Tanto romance dá cabo da minha frieza mas também só prova que assim... só no ecrã. Deve ser por isso que as mulheres são tão crentes nos homens; metem-se a ver estas coisas e depois dá no que dá: desilusão total. 

 

Pois bem, esta história todos conhecem, penso. É bonita mas surreal. E temos mais uma vez o falecido Patrick Swayze que, desta vez, não dança (Ohhhhh...) a interpretar um fantasma que não abandona a sua amada enquanto não a sentir segura dos bad guys. Faz par com a original Demi Moore (a idade trouxe-lhe o artificialismo estético) que tem aqui um papel onde a consigo apreciar como actriz. E a Whoopy Goldberg? Que mulher hilariante. Podia mencionar as cenas em que a acho engraçada mas penso que são todas. E as sombras? Buuu.... que coisas assustadoras. Acho que nem vou dormir a pensar na triste (mas justa) possibilidade de isso ser verdade. E o principal vilão tem uma morte tão atroz; parecia estar a ver um filme de terror e não um romance.

 

Quanto aquela parte tão conhecida em que ambos moldam o barro, bem, pode até ser muito romântica e bonita mas para quem viu um dos filmes "Onde pára a polícia" com o Leslie Nielsen, e se lembra da cena semelhante que ele parodiou com aquela que foi mulher do Elvis Presley (não me apetece ir ao Google), não pode evitar cair na gargalhada. Pelo menos eu não consegui. E lá se foi todo o romantismo da cena. Oh well... Amanhã há mais! 

  

Nostalgia II: Oficial e Cavalheiro (1982)

Sandra F., 15.09.11

Lá está. É a velha questão: o Richard Gere para mim não tem apelativo nenhum. Que raio de caminhar é aquele? Balança-se todo e parece que, ao mesmo tempo, tem uma estaca amarrada à coluna para o manter direito. E aquela forma de olhar, de fechar os olhos quando está tenso?! Oh que coisa tão dramática. Já sabemos que ele está a actuar mas devia disfarçar melhor. Mas, pronto, confesso, fez uns belos filmes e ignorando um pouco esse estranho jeito, o homem até consegue umas coisas interessantes.

 

O filme 'Oficial e Cavalheiro' é um dessas coisas interessantes. Tem uma história bonita e bem desenvolvida, com lições sobre a amizade, o crescimento e amadurecimento e as relações humanas. Os actores, tirando o Richard Gere que já mencionei, estão perfeitos nos seus papéis. Debra Winger é belissíma e o actor que faz de sargento instrutor chega a ser engraçado de tão severo que é. Tem cenas bonitas e confesse que tive de desviar o olhar para a lágrima não cair quando vi aquela cena final onde ele a carrega ao colo para fora da fábrica. Na realidade, acho essa cena bastante melosa mas a música está lá exactamente para que o público fique com o coração apertado e não consiga evitar derramar a tal lágrimazita.

 

Lembro-me bem da primeira vez que vi este filme. Devia ser muito miúda mas lá o consegui que a minha mãe me deixasse ficar até mais tarde a ver esse filme. Durou até às tantas da madrugada (já naquela altura os intervalos eram um suplício de publicidade e afins na televisão pública). Escusado será dizer que fiquei encantada com o filme. E, pronto, confesso, encantei-me especialmente com a última parte. Que mulher não sonha com um 'cavaleiro encantado que a carrega ao colo rumo à felicidade desejada?"

 

Nostalgia I: Dirty Dancing (1987)

Sandra F., 14.09.11

Não, não sou nem fui daquelas meninas que se 'apaixonou' pelo Patrick Swayze depois de ter visto este filme. Com todo o respeito pela alma dele e pelo seu talento, confesso que ele me transmitia a mesma sensação que sempre tive com o Richard Gere: gestos e atitudes algo efeminados que não me atraiam nada. Não, gestos e atitudes não. É mais aquela estranha forma de caminhar que acho efeminada. No Patrick Swayze até aceitava dado que era um grande dançarino, mas pronto, nem todas podemos gostar de Freds Astaires. E tem outra coisa que admirava bastante nele: o facto se ter mantido fiel (pelo que se sabe) à mesma mulher durante toda a sua vida. Rest in peace!

  

Quanto ao bem sucedido 'Dirty Dancing' é daqueles filmes inesquecíveis que marcou toda uma geração e penso que continua a marcar. Lembro-me de o ter visto em VHS, e primeiro que ele ficasse disponível no clube de vídeo foi uma eternidade. Vi-o uma vez só, até começar a passar com frequência na televisão. Mas mesmo assim não repeti muito dado que... nem sei, secalhar era mesmo o actor principal que não me dizia nada. Mas a história (apesar de banal) era lindissíma e eu adorava ouvir as músicas que faziam parte da banda sonora. Depois era ainda uma adolescente, daquelas que comprava a revista 'Bravo' (ainda existirá?) e colava discretamente nos cadernos e livros de escola imagens dos meus filmes e actores preferidos. Johnny Castle e Baby faziam parte dessas colagens. 

Há poucos meses revi o filme. Nem sei porquê. Descarreguei-o da internet e assisti numa bela tarde de preguiça. E, claro, continuei a emocionar-me com a dança final (I've had the time of my life...) e a empatizar bastante com a Baby (raio de nome lhe foram dar! Frances seria melhor...) e até com o jeito brusco e simultaneamente delicado de Johnny Castle. Sei que devia ter revisto o filme mais uma vez para melhor poder complementar este texto. Mas não me apetece, apesar de o ter guardado para uma próxima vez. Garanto apenas que rever apenas algumas das imagens do filme me transportam para o tempo da minha adolescência e aqueles dois parecem ter feito parte da minha vida de então. Talvez porque a imagem deles, aplicada nos meus cadernos e livros, tenha acompanhado muitas aulas, muitas conversas de amigas, muitas dificuldades, muitas tristezas e também muitas alegrias.

 

Mais importante, 'Hungry eyes' do Eric Carmen continua, ainda hoje, a ser uma das minhas músicas preferidas.

 
"...I look at you and I fantasize... You're mine tonight..."

Saudade - Pablo Neruda

Sandra F., 13.09.11

Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já…

 

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos magoa,
é não ver o futuro que nos convida…

 

Saudade é sentir que existe o que não existe mais…

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam…

 

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

 

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

 

Pablo Neruda

Lost in Austen (ou como Amanda Price quase estragou O&P)

Sandra F., 12.09.11

Bem, ela não quis estragar tudo. Na realidade, as situações foram-se proporcionando de forma natural mas contra a história contada por Jane Austen (Pride and Prejudice). Como observa Amanda Price a determinada altura, Jane Austen deve estar a dar voltas no seu túmulo (like a cat in a tumble dryer) ao ver a sua obra tão, tão distorcida.

 

De Elizabeth Bennet, a heróína da obra, não vemos muito. Esta preferiu os prazeres e facilidades do século XXI, trocando a sua vida pela de Amanda Price que se vê de repente metida dentro da vida da família Bennet, dos Bingley, Darcy e por aí fora. O que não é mau de todo já que desde tenra idade que é uma grande apreciadora de Pride and Prejudice e mais especificamente de Fitzwilliam Darcy. Mulher de sorte, acaba mesmo por ficar com ele. Dane-se Lizzy Bennet que preferiu continuar no século XXI.

 

Há personagens que são mesmo como na obra mas outros que destoam um pouco, mesmo na sua história. Jane Austen ficaria mesmo assombrada se soubesse que afinal Mr Wickham tem bom coração, Georgiana é que é uma valente mentirosa; que Mr Bennet é mesmo um molengão que  adora o conforto da sua biblioteca mas que acaba num duelo com Mr Bingley; este, por sua vez, é mais bonito que em todas as versões anteriores e penso que mesmo no livro e só depois

 de muita confusão é que acaba apaixonado por Jane que chega a casar com o (sempre) hilário Mr Collins. Já Miss Bingley, apesar de ansiar pelo seu casamento com Darcy, acaba por se confessar uma lésbica disfarçada; Mrs Bennet, mais implacavelmente que nunca, procura por todos os meios casar as filhas mas, no final, é a única que enfrenta Lady Catherine de Brough e lhe chama coisas que nunca esperámos ouvir da sua boca perante tão ilustre senhora. Até o marido, sempre a fugir dela, se levanta com admiração e murmura: "Tonight, Mrs Bennet, with your permission, I think I shall sleep in our bed", ao que ela responde com uma exclamação de alegria.

 

 

Mas o mais engraçado é o pedido de Amanda para que Darcy mergulhe no lago, uma cena que Jane Austen não escreveu mas que faz parte da versão televisiva de 1995 com o Colin Firth. Ele mergulha e ela observa-o embevecida; para mim, nada que se equipare ao Colin Firth. E a ida de Darcy ao século XXI é extremamente engraçada, desde conhecer um teletubie, um moderno ferro de engomar, um LCD, andar de bus e outras modernices. Para vermos como um Darcy realmente não pode existir no nosso tempo. Simplesmente não se adequaria e pareceria mesmo ridículo. É como dizem, cada macaco no seu galho; neste caso, cada homem no seu tempo.