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booksmoviesanddreams

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Livros que morrerão comigo:

"Norte e Sul" de Elizabeth Gaskell
"O monte dos Vendavais" de Emily Bronte
"Jane Eyre" de Charlotte Bronte
"Villette" de Charlotte Bronte
"A inquilina de Wildfell Hall" de Anne Bronte
"Orgulho e Preconceito" de Jane Austen
"Persuasão" de Jane Austen
"A mulher do viajante no tempo" de Audrey Niffenegger
"Em nome da memória" de Ann Brashares
"Charlotte Gray" de Sebastian Faulks
"A casa do destino" de Susana Prieto e Lea Vélez
"De mãos dadas com a perfeição" de Sofia Bragança Buchholz
"Rebecca" de Daphne Du Maurier
"O cavaleiro de Bronze" de Paulina Simons
"Enquanto estiveres aí" de Marc Levy
"O segredo de Sophia" de Susanna Kearsley

Jane Eyre (1996)

Sandra F., 21.02.13

A história de Jane Eyre escrita por Charlotte Bronte em 1847 é já sobejamente conhecida por quase toda a gente. A história de uma orfã repudiada pelos seus únicos familiares que é atirada para uma instituição de caridade ainda criança e que, mais tarde, começa a trabalhar como governanta para o rico e conturbado senhor de Thornfield Hall. Não me entendam mal. Parece uma descrição menor do livro mas, para que conste, sou uma fã incondicional da história e considero-a como uma das melhores obra jamais escritas e existentes na literatura.

 

 

Já aqui publiquei a minha opinião sobre a adaptação para cinema que fizeram em 2011 e ainda da adaptação para a televisão em 2006 (ver aqui). Gostei de ambas. Tanto que a minha adoração pela obra aumentou. São perfeitas, cada uma à sua maneira, uma mais completa que a outra é certo,... mas perfeitas! No entanto, a primeira versão visual de Jane Eyre que vi foi a do realizador Franco Zefirelli, em 1996, com a Charlotte Gainsbourg e o William Hurt. Quando a vi ainda não conhecia a obra mas fiquei tão encantada com a história que soube que sempre seria apreciadora da mesma e que tinha de ler o livro. Fi-lo anos depois (na altura, dinheiro para livros simplesmente não havia...). Lindo! Lindo! Muito melhor que a adaptação. E anos depois, quando vi estas versões mais modernas... foi surpreendente!
 

 

Há dias, revi essa primeira adaptação que vi. Instigada por alguém que disse que o William Hurt era um dos piores Rochesters de sempre, tive de rever e reformular a minha opinião. Devo dizer, no entanto, que quando vi pela primeira vez este filme, o que me encantou não foi o Rochester e sim a história em si, o ambiente, a intensidade da história e o envolvimento das duas personagens principais (que sei hoje que pode ser muito melhor). Só nestas versões mais actuais é que percebi a grande sensualidade e poder que pode ter um homem como Edward Fairfax Rochester. Por isso foi que, ao rever esta versão de 1996, dei comigo até incomodada com a actuação de William Hurt. E não só.

 

 

Não posso em consciência criticar negativamente este filme que, segundo me apercebo, não foi largamente aclamado. Confesso que teve os seus momentos bons e outros menos bons. Ignorar totalmente a última parte da obra, aquela onde Jane se refugia e se perde nas charnecas e em que encontra refúgio em casa dos Rivers, é inadmissível. Não gostei também da actuação de quem interpreta Mrs Fairfax (Joan Plowright); pareceu-me demasiado curiosa, coscuvilheira e espevitada. Mas não posso deixar de pensar que, para mim, a Mrs Fairfax perfeita é a de Judi Dench e secalhar, inconscientemente, comparei-as. E a primeira saiu a perder. Depois temos o Rochester de William Hurt. Alguém comentou comigo que mais parece um bêbedo e que nada tem de Rochester. Concordo. Parece estar sempre com um copo na mão (mesmo em situações em que a obra não menciona isso) e com um ar tão ébrio que os olhos chegam a trocar-se-lhe e a voz a atropelar-se. Tem os seus momentos bons, claro (por exemplo na cena da proposta de casamento mas... desde que se levanta porque quando estava sentado a fumar... Deus nos livre!). Mas os maus são tantos que nem dá para valorizar aqueles que são aceitáveis.

 

 

Quanto ao resto do filme, nada acrescento. Adorei a banda sonora. E gostei muito da representação de Jane Eyre feita pela Charlotte Gainsbourg (excepto do sotaque francês) e de todas as outras. Os cenários são maravilhosos como sempre. E fiquei a saber que Haddon Hall foi pela primeira vez aqui usada para representar Thornfield Hall. Foi desde esta versão que esta propriedade ficou associada à obra de Jane Eyre e todas as outras versões feitas posteriormente a usaram como a casa de Mrs Rochester. Facilmente se reconhecem cenários usados em outras versões.

 

 

Para mim, no entanto, esta versão é especial pois foi a primeira que vi e ainda hoje recordo do quanto gostei da história. E do quanto continuarei a gostar.

 

  

It's a wonderful afterlife (2010)

Sandra F., 17.02.13

Apesar de alguns críticos o terem apelidado de 'pior filme do ano', eu gostei muito de 'It's a wonderful afterlife'. Fez-me rir bastante e é daqueles filmes leves e despretenciosos que nos fazem passar o tempo de forma agradável.

 

 

Realizado por Gurinder Chadha (a mesma de Bend it like Beckham, filme que nunca vi e lapso que tenho de remediar), It's a wonderful afterlife é uma comédia britânica centrada na cultura indiana. Conta a história de uma mãe indiana, Mrs Sethi, viúva, com dois filhos adultos, residentes em Londres, que tem como objectivo principal ver a sua filha mais velha casada antes de morrer. No entanto, há ali um pequeno senão: Roopi é uma mulher sozinha e infeliz, com excesso de peso e com um azar terrível no que respeita a homens que tendem a rejeitá-la. É, todavia, equilibrada e sensata e sofre com essa situação apesar de não gostar muito da obsessão que a mãe tem em casá-la.

 

 

Triste, a mãe começa a vingar-se de todos aqueles que rejeitaram a sua filha ou que contribuíram para isso. E é aqui que a comédia começa pois todos aqueles que ela assassina começam a assombrá-la, sujeitando-a a embaraçosas situações. Os espirítos dessas pessoas assassinadas são incapazes de reencarnar enquanto o seu assassino continuar vivo. Daí resolvem ajudar Mrs Sethi a arranjar casamento para a filha pois só assim ela aceita cometer suicídio. Obviamente, a polícia começa a investigar os assassínios e Roopi acaba por ser uma das suspeitas. Nessa investigação surge Raj, um investigador atraente, amigo de Mrs Sethi e colega de infância de Roopi.

 

 

É muito, muito engraçada a história. E destaco a presença de Sally Hawkins (Anne Elliot em Persuasion 2007) como amiga de Roopi, uma inglesa obcecada em tornar-se indiana por casamento e com a mania (??) que tem poderes psiquícos; a de Zoe Wanamaker, mais conhecida pela sua participação em Harry Potter (que nunca vi; outro pequeno lapso da minha parte) mas que eu conheço sobretudo da série My Family e que interpreta uma vizinha que Mrs Sethi acaba por matar acidentalmente e que se junta ao grupo dos espíritos. E depois não poderia deixar de destacar Sendhil Ramamurthy no papel de Raj (Bolas, que coisa é aquela?!)

 

 

Não nos devemos deixar enganar pelo título de 'pior filme do ano'. Não se adequa nada, nada. Há quem diga que vale pela presença de Sendhi Ramamurthy. Eu corroboro mas não assino. Vale pela presença dele, sim, mas também pela história e pela hilariedade das situações.