Nostalgia I: Dirty Dancing (1987)
Não, não sou nem fui daquelas meninas que se 'apaixonou' pelo Patrick Swayze depois de ter visto este filme. Com todo o respeito pela alma dele e pelo seu talento, confesso que ele me transmitia a mesma sensação que sempre tive com o Richard Gere: gestos e atitudes algo efeminados que não me atraiam nada. Não, gestos e atitudes não. É mais aquela estranha forma de caminhar que acho efeminada. No Patrick Swayze até aceitava dado que era um grande dançarino, mas pronto, nem todas podemos gostar de Freds Astaires. E tem outra coisa que admirava bastante nele: o facto se ter mantido fiel (pelo que se sabe) à mesma mulher durante toda a sua vida. Rest in peace!
Quanto ao bem sucedido 'Dirty Dancing' é daqueles filmes inesquecíveis que marcou toda uma geração e penso que continua a marcar. Lembro-me de o ter visto em VHS, e primeiro que ele ficasse disponível no clube de vídeo foi uma eternidade. Vi-o uma vez só, até começar a passar com frequência na televisão. Mas mesmo assim não repeti muito dado que... nem sei, secalhar era mesmo o actor principal que não me dizia nada. Mas a história (apesar de banal) era lindissíma e eu adorava ouvir as músicas que faziam parte da banda sonora. Depois era ainda uma adolescente, daquelas que comprava a revista 'Bravo' (ainda existirá?) e colava discretamente nos cadernos e livros de escola imagens dos meus filmes e actores preferidos. Johnny Castle e Baby faziam parte dessas colagens.
Há poucos meses revi o filme. Nem sei porquê. Descarreguei-o da internet e assisti numa bela tarde de preguiça. E, claro, continuei a emocionar-me com a dança final (I've had the time of my life...) e a empatizar bastante com a Baby (raio de nome lhe foram dar! Frances seria melhor...) e até com o jeito brusco e simultaneamente delicado de Johnny Castle. Sei que devia ter revisto o filme mais uma vez para melhor poder complementar este texto. Mas não me apetece, apesar de o ter guardado para uma próxima vez. Garanto apenas que rever apenas algumas das imagens do filme me transportam para o tempo da minha adolescência e aqueles dois parecem ter feito parte da minha vida de então. Talvez porque a imagem deles, aplicada nos meus cadernos e livros, tenha acompanhado muitas aulas, muitas conversas de amigas, muitas dificuldades, muitas tristezas e também muitas alegrias.
Mais importante, 'Hungry eyes' do Eric Carmen continua, ainda hoje, a ser uma das minhas músicas preferidas.