Feliz Natal!
Já gostei mais do Natal!
Já gostei mais da árvore, do presépio, dos enfeites, do cheirinho a canela, dos doces, das prendas, até do bacalhau cozido com as batatas...
Hoje não gosto. Causa-me confusão, stress, ansiedade e uma sensação de que tudo é fútil, planeado e sempre igual.
Isto já não é o Natal! É esbanjamento, é comércio, pai-natais e luzinhas pendurados displicentemente nas janelas e varandas (para inglês ver e para epilético descompensar); são filas intermináveis no supermercado, no shopping, parques de estacionamento a abarrotar. E penso sempre: se isto me irrita a mim, quem não celebra o Natal e não acredita nele, deve andar mesmo furioso da vida.
E suspiro pelos Natais da minha infância e adolescência. Será que é por isso que dizem que o Natal é para as crianças? Porque nunca mais foi a mesma coisa apesar de ter continuado a haver prendas e cheirinho a canela. Mas quando eu era criança era tudo diferente. A antecipação provocava alegria; montar a árvore era um ritual desejado, abrir as prendas era a sensação mais incrível que se possa imaginar, por muito simples que fossem. E havia sempre bombocas escondidas! Ou melhor, uma ou duas para cada um porque eram caras. Hoje, um pacote de seis não chega a um euro e há-as todo o ano.
Foi-se a novidade, a alegria e até o cheirinho da canela se vai gradualmente.
Contudo....