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booksmoviesanddreams

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Livros que morrerão comigo:

"Norte e Sul" de Elizabeth Gaskell
"O monte dos Vendavais" de Emily Bronte
"Jane Eyre" de Charlotte Bronte
"Villette" de Charlotte Bronte
"A inquilina de Wildfell Hall" de Anne Bronte
"Orgulho e Preconceito" de Jane Austen
"Persuasão" de Jane Austen
"A mulher do viajante no tempo" de Audrey Niffenegger
"Em nome da memória" de Ann Brashares
"Charlotte Gray" de Sebastian Faulks
"A casa do destino" de Susana Prieto e Lea Vélez
"De mãos dadas com a perfeição" de Sofia Bragança Buchholz
"Rebecca" de Daphne Du Maurier
"O cavaleiro de Bronze" de Paulina Simons
"Enquanto estiveres aí" de Marc Levy
"O segredo de Sophia" de Susanna Kearsley

A pesca do salmão no Iemén (2011)

Sandra F., 27.05.12

Confesso que quando vi, há poucos dias, que ia estrear este filme nem valorizei muito. Só o título por si só pareceu-me tedioso e, não sei bem porquê, associei a um género de documentário ou daqueles filmes demasiado parados.

 

À porta do cinema (o filme que queria ver estava erradamente noticiado na internet), entretive-me a procurar outra solução. Foi quando os meus olhos descobriram o cartaz deste filme: comédia inglesa do ano, actores britânicos que gosto, realizador de confiança.... vamos experimentar! 

Adorei! Foi um dos melhores filmes que vi ultimamente no cinema! 

 

A história gira em torno de uma mulher que vai ajudar um Sheik a construir um viveiro de salmão inglês no Iémen com a ajuda de um cientista bastante introvertido do Departamento de Agricultura e Pescas. O objectivo do Sheik passa por trazer a cultura do salmão ao seu país natal e proporcionar aos seus habitantes a prática do desporto a que ele se dedica na sua propriedade na Escócia: a pesca do salmão, além de estimular uma das únicas atividades em que todos, independentemente da classe social, poderiam participar de igual para igual, lado a lado à beira do rio.

Todo esse facto é aproveitado pelo governo inglês, desesperado por ter boas notícias daquela região, ao mesmo tempo que as relações amorosas dos envolvidos vão sendo postas em causa. O filme conta com os atores Ewan McGregor, Emily Blunt e Amr Waked nos principais papeis (magnifícos). Tem ainda Tom Mison (Mr Bingley em Lost in Jane Austen) e Rachel Sterling. Esta última interpretou (e muito bem!)a namorada de Hugh Grant em Love Actually mas aqui vêmo-la muito diferente. Quanto a Ewan McGregor, continuo sempre à espera que ele comece a cantar 'Come What may' do filme Moulin Rouge...

Felizmente, este filme foi baseado num livro. Coisas boas destas normalmente são baseadas em livros! Escrito pelo inglês Paul Torday e publicado em 2008, o livro lembra, em muitos aspectos, os romances epistolares, pois é feito de cartas, e-mails, páginas de diário, relatórios da Câmara dos Deputados na Inglaterra (House of Commons), programas de entrevistas e até emails relacionados com a Al Qaeda fazem parte dessa “pilha” de documentação que conta a história.

 

É um livro construído como uma sátira aos governos,  a toda a burocracia governamental inglesa, mas que com pequenos ajustes é universalmente insana. O projecto de se fazer a pesca do salmão – um peixe de água doce muito fria–  no Iémen, um país no deserto, é considerado desde o primeiro capítulo como uma loucura, um projecto sem viabilidade.  Mas, por razões diversas e principalmente para favorecer o primeiro-ministro, este projecto começa a crescer e toma vida própria.  Não só cresce como se torna um projecto imprescindível para o governo inglês.  E ganha mais combustível ainda quando Alfred Jones, o herói da história e um cientista do Departamento de Pesca do governo, que é contra o projecto, se vê frente a frente e seduzido pela filosofia do sheik em questão. O resultado é imprevisível, acreditem.